domingo, 3 de julho de 2011

desconstruimaginascer

o som incognoscível martelava o peito
como os dedos que martelam um teclado infantil
- tufos de cores, inocente descoberta.
mas o martelo cresce em metal ártico
e passa a doer no fundo dos olhos
criando imagens distorcidas despalavras
destecidas em fios de arame
(às vezes seda de frio, às vezes cobre que arde).
o som ritmado era piscar de olhos
asa de borboleta de ferro
impotentes pálpebras descontrole
desviantes imagens se depositando
lá onde tudo que toca escorre e some
- vestidos macios de mulheres, lenços de pescoço
se foi tudo para dentro do poço.
a saliva pelo canto da boca,
o êxtase de aquarelas quebradas pelo chão.

(deitou calmamente os dentes pelo piso e, sem se mover, começou a despencar)

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