quinta-feira, 30 de junho de 2011

cartografia

Tal qual um continente de estrelas, deitei minhas mãos no exercício modulado de mapear todos os aspectos apreensíveis de uma terra sem estradas. Tendo dedos suficientes para me perder em campos de olho infinito, me pergunto se cansa ou se o cansaço é o negar da desacomodação necessária para que o que se espera do possível possa se dar. Cada estrela que se desvela entre o palpitar dos dedos inquietos se perde indefinidamente: é esse o céu que nos protege de nós mesmos. Ainda assim, te vejo continente, e me pergunto como me guiar por labirintos orgânicos que me devoram a lucidez apenas para, manhãs de sol, me devolvê-la mais enraizada.

Continente bravio de estrelas,
Bati três dedos na madeira da Pergunta:
como equilibrar dois corpos
em um fio de seda?
como equilibrar a dúvida
no estômago?
como equilibrar teu olhar
no horizonte aberto?

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