Eu ando num exercício de ouvir essa minha casca, não ver ela só como uma ferramenta, mas como um meio de expressão, criador de desejos, de demandas. o corpo como um meio produtivo em si, e não só um instrumento subordinado a mente. o que esse corpo fala, que não fala a mente? e por que separar corpo de mente, rejeitando o corpo? sem corpo não há subjetividade; o corpo é subjetividade, é algo próprio, tem suas reações que muitas vezes se adiantam ao pensamento. ouvir o que meu corpo pede, o que ele deseja, como ele reclama. pausar o automatismo racionalista que só preza a via mente-corpo, que vê o corpo como um serviçal do pensamento. proponho descontruir essas relações: o corpo está vivo! o corpo produz! o corpo clama, ouça o corpo! ouça o desejo dos seus dedos, as demandas dos seus pés: correr, pular, escorregar? ouça o ranger dos seus ossos cansados, sinta a necessidade de tocar diferentes superfícies: e veja isso tudo como um desejo a ser realizado, um desejo pulsante, que se dá na superfície de contato e que se produz num encontro entre mãos, entre vibrações, entre arrepios. permita ao corpo desejar livremente, sem o domínio da mente. permita ao corpo produzir, sem necessidade de racionalização de significados. permita o corpo: seja!
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