domingo, 27 de abril de 2008

Cheshire Cat


eu vi as estrelas pelos traços que os galhos do cinamomo faziam no céu negro. eu senti as luzes através de todos os caminhos-possibilidades de uma vida, e eu realmente senti que meu momento é esse balanço lento, rodopiante, embriagante, que prende minhas idéias aos sons, aos sinais, às coincidências que agora sinto como pequenos caminhos a serem traçados, como os galhos da árvore que me protege, e que desembocam em estrelas diferentes, em sonhos azuis. e a lua me sorriu, cheshire cat balançava sua cauda, e o mundo corria num rodopio lento e protegido. Alice não saberia viver esse momento. Eu estou além de mim mesma, eu atravessei a porta, comi o cogumelo, e eu só sei crescer, crescer... a casa é tão pequena, abandonei meu casulo. Abandono meu corpo num suspiro, e minha alma voa e dança, e eu transformo meus anseios em cantos, minha vida em dança. Meu movimento livre, me livro das amarras, nunca estive tão longe. Experimento atalhos, retiro pedras, eu flutuo, eu sobrevôo a ferida aberta, eu abro as portas, eu deixo entrar, e tem algo dentro de mim que se agiganta, meu Mais, minha embriaguez de estar vivendo, sentindo, como nunca.

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