domingo, 23 de março de 2008

tormento onírico

Queria transportar todas as imagens que me perturbam
Os fantasmas que me rondam no escuro
De minhas idéias.
Queria expurgar tudo que me resta
De larvas e livros
Asfalto quente
Banco na beira do rio
Todo o teatro e o trago
Tudo que corre desesperadamente
Pelos olhos de dentro, ao passar pela vida de fora.
Queria dar adeus a tudo de valor que tenho –
Essas imagens oníricas
De todas as vidas que não tive
De todo o suor que se faz mar, que se faz ar
Que se fez sombra
Sobre meus dias de hoje, e que me persegue
Com fragmentos de prédios, de praças,
De tudo que me cruza pelas ruas conhecidas
Nuvens de toda fumaça que deixei no mundo
Enquanto meus pulmões alçavam vôo no concreto.

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